quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tragédia Fatal - 07

O escuro familiar

- Claro Mike, estou deixando tudo como planejamos. – disse Fernando.

- Obrigado, lembre-se que tudo pode acontecer, mas ninguém terá acesso a você. Tudo que se deve fazer é seguir o combinado. – Falei com calma.

No decorrer dos fatos tratei de convocar para uma pequena reunião com os meus superiores no jornal. Lá expôs todos os documentos provando a veracidade do que dizia, enquanto isso explicava e gesticulava. Aquela denuncia movimentaria uma grande investigação e prenderiam inúmeras pessoas envolvidas, e também traria novos ares a empresa, voltando a ter maior credibilidade tanto na revista quanto no jornal.

- Esplêndido! – Antecipou-se Carlos – Vai para a primeira capa da revista desse mês, e ganhará reforço no jornal onde deixaremos algumas noticias que instiguem as pessoas a procurar por maiores informações.

- Não. – O “não” suou como um grito interrompeu Yuri. Eu não deixei de sorrir, ao ver sua face, tinha medo nos olhos. Tentando contornar ele começou a explicar. – Acho que tudo pode ser maior, poderíamos criar uma situação de impacto.

Divertir-me, ao que eu já sabia Yuri tinha sido pago, e recebe todo mês dinheiro vindo dessa ilegalidade. – nem passou a minha cabeça o fato de ser uma vingança contra ele. - Foi incrível como as coisas foram se encaixando, o redator chefe era ciente de toda trapaça feita, e encobertava para tirar proveito financeiro. Carlos que gostava mais de Yuri passou a responsabilidade da publicação para ele, como por mim já era esperado, sendo assim, a matéria estava pronta era apenas soltar a bomba e esperar as reações vindouras.

***

Horas depois estava de volta ao meu cantinho de sossego, mas desta vez não foi como antes. Como dito antes, minha casa é em um local calmo – lê-se: pouco deserto. – Lá chegando, adentrei normalmente e tranquei a porta principal, tudo parecia perfeitamente normal. Agora dava curtos passos olhando a volta com um ar despercebido, estava cansado e não queria nada mais do que uma boa ducha para relaxar, seguido de uma ótima noite de sono. Essa anseia de descansar, tão logo se dissipou. Como uma nevoa que não resisti ao vento, tornando tudo mais claro e vistoso.

Recobrei os sentidos, estava sentado em uma cadeira o local tremendamente escuro, entretanto familiar. Estou no escritório de minha casa. Uma forte dor correu minha cabeça, com uma reação normal levei a mão até onde doía. Na verdade, tentei. As mãos assim como os pés estavam devidamente preso. Municiei um grito, o mesmo barrado, esse eu tinha certeza que não funcionaria. No desespero quase não se pensa, apenas se debate e quer que algo de bom aconteça. Vendo que nada adiantaria ficar a me contorcer e soltar murmúrios abafados, resolvi me silenciar e agir de formar racional e fria, afinal não está morto já dizia muito. E a morte às vezes é atraente aos olhos.

Pouco antes de entre na porta que dava acesso a sala e as demais partes da casa, por trás uma forte pancada irrompeu em minha cabeça. Forte o bastante para me deixar desacordado durante aproximadamente 40 minutos. O arremate do agressor foi feito em conjunto com um galho de árvore normalmente utilizado como lenha. Após isso tiveram eles o cuidado de atear fogo no objeto em uma tentativa de queimar provas.

Uma vez inconsciente o trabalho deles seria rápido e sem resistência. Fizeram como ordenado, me arrastaram para dentro e me fizeram cativeiro em minha própria residência. Quando acordei pude entender, para eles me matar de nada serviria, negociar é mais inteligente, e que maneira melhor para se obter uma resposta favorável quando a vida está em jogo? Realmente devo reconhecer um ótimo jogo, as regras desse game davam inveja. Porém, os jogos mesmo que sejam feitos para perder nos possibilita a encarar e criar um ambiente favorável, nesse ponto é que vem o escape.

Nenhum comentário:

Postar um comentário