Não eram apenas folhas rasgadas... Era uma esperança que morria ali.
Todos já estão cansados de escutar que a vida não é legal, que a vida não é boa, que ninguém bate tão forte quanto a vida
Amor verdadeiro existe? Onde anda ele que não vejo? Ilusões de mais para uma vida só. Um futuro planejado a dois, sendo todo reduzido a nada. Em questão de minutos, anos de lutas são jogados fora pela janela do décimo quinto andar. Após uma conversa sobre o amor, notei que é difícil aceitar que ele exista nesse mundo atual, contudo, sigo acreditando no amor e na sua imensidão.
Em Doce Novembro, filme dirigido por Pat O’ Connor com o roteiro de Hermam Raucher, chamou-me a atenção acima das expectativas uma simples frase, sim simples, deveria ser dita a quem se ama diariamente de diferentes modos, sem que se torne uma rotina. “Você é minha imortalidade”.
É certo que é um filme, e poucos fogem do pensamento, “isso não acontece na realidade”. Sobretudo, filme como esse é para se sonhar, fugir da dura realidade e até mesmo ver o que antes não tínhamos olhos para enxergar. Penso que, não precisamos chegar ao fim de nossa vida e dizer que vivemos de modo relaxado, e sim o contrário, que passamos a maior parte do tempo com a pessoa que nos faz bem.
De forma alguma digo para deixar de estudar ou mesmo trabalhar, mas que tire tempo para viver e para “jogar conversar fora” enquanto se olha as estrelas, ou o azul de um dia claro. O amor que, atualmente tratado de forma superficial, venha reunir forças e desatar as correntes que nos aprisionam ao tempo. E quando nos questionarem sobre a crença no amor, possamos afirmar quase que em uni som, “sim, eu acredito”.
“Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.”
Charles Chaplin
Por Letícia Rafaelle
A coloração viva, a infância, as brincadeiras inocentes dão espaço para a insanidade. O cinza amargurado de lágrimas de dor, os gritos ensurdecedores de mães aflitas, de filhos que ficam, o gosto do líquido carmim a manchar as ruas vazias e frias que o mundo nos oferece. As vozes, cochichos infernais que nos julgam a cada passo, fazem de nós as piores e melhores pessoas em segundos. O que é fato concreto? O amor mais que secreto, o choro, a dúvida. Confiança. Chego então ao ponto, o que me veio tirando pedaços, suspiros de uma vida curta, remorsos de erros cometidos, incompreensão dos anônimos, desconhecidos. O baque de vidas opostas, caminhos se entrelaçando e chamando olhos críticos e pesados. " Sua felicidade não passa de um mês!" Sinto muito desapontá-los, o sorriso e a felicidade vem misturados, os olhares antes afiados, aos poucos, vão perdendo o espaço. A melodia de sua voz ecoava em minha mente. Se ergue um novo e velho alguém, não deixando seus medos e inseguranças desaparecerem, apenas encontrando sentimentos mais importantes que estes. A luz atravessou então a janela, as cores voltavam ao seu lugar, a chuva nos presenteava com seu cheiro e sabor inconfundível e uma presença trazia um toque ainda mais doce. A dor perdendo suas forças, euforia inundando minha mente. Com os olhos abertos então se enxerga, o mundo cinza ainda presente, mas com a companhia certa e aparente, os passos passam a ter sua luz e o fim passa a ser apenas um recomeço.
Letícia é do Rio de Janeiro, estudante e tem 15 anos. [ Ela não gosta do que escreve e acha sem sentido.]
O bom pai ensina a maldade de jogos aos seus filhos, dizendo que tais são feitos com o propósito de fazer as pessoas gastarem dinheiro, acreditando que mais dia ou menos dia, irão acertar a mão e levar o prêmio total. Em nosso caso estaremos falando sobre os famosos caça-níqueis que carregam a bandeira de alguns países.
O pai exemplar acaba o discurso. Curiosamente, retirou de sua carteira uma nota de dez reais, e as trocou em moedas de cinquenta centavos. Dividiu o conteúdo das moedas com seus dois filhos, o intuito era de provar com ações, a verdade presente em suas palavras.
O filho caçula foi quem começou o jogo, colocou três moedas enquanto seu pai falava em tom claro.
- Imagine só se o técnico que fez esse circuito eletrônico iria o construir para ter um vencedor, teria que ser muito burro mesmo! – Em suas palavras ele trazia o conhecimento, já que se formou em engenharia e a eletrônica é presente em boa parte.
Antes que acabasse suas palavras ouvia se o barulho da máquina, e uma luzinha vermelha correr de país em país. Quando fechou sua boca os últimos barulhos soavam, alguns curiosos assistiam a cena. Fez-se um novo barulho e começou a descer as moedas, o garoto havia acertado o jogo no Brasil, Brasil esse que dava maior quantidade de moedas, cem.
O pai ficou sem chão, e se consolou acreditando que era apenas uma sorte, que logo iria embora. Já o garoto não parava havia gostado de ganhar, nisso a máquina não parava de descer dinheiro. O pai se rendia, e com uma sacola ajudava a conter as moedas que caiam. A criança de apenas 14 anos sorria, era o seu dia. Os curiosos tomaram frente e pediam ao “gênio” do jogo que usasse suas moedas para ganharem também.
O dono do recinto ficou louco com a cena. Furioso não queria o deixar prosseguir.
- Agora que ele está ganhando o senhor vem falando que tem que parar. Ele vai continuar até que queira parar.
Em sua mente o pai se queixava. Eu aqui tentando não viciar meus filhos em jogos. O encanto começou a ceder, o garoto perdia algumas moedas, entretanto não percebia. O pai o alertando, chamou para ir embora. Antes passaram no caixa, contaram todo o dinheiro, deu um valor de cinquenta reais, trocaram o dinheiro e se foram. Uma raiva forte tomava o pensamento do pai, pela primeira vez ganhar não era nada bom.