quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Insano

Por Letícia Rafaelle


A coloração viva, a infância, as brincadeiras inocentes dão espaço para a insanidade. O cinza amargurado de lágrimas de dor, os gritos ensurdecedores de mães aflitas, de filhos que ficam, o gosto do líquido carmim a manchar as ruas vazias e frias que o mundo nos oferece. As vozes, cochichos infernais que nos julgam a cada passo, fazem de nós as piores e melhores pessoas em segundos. O que é fato concreto? O amor mais que secreto, o choro, a dúvida. Confiança. Chego então ao ponto, o que me veio tirando pedaços, suspiros de uma vida curta, remorsos de erros cometidos, incompreensão dos anônimos, desconhecidos. O baque de vidas opostas, caminhos se entrelaçando e chamando olhos críticos e pesados. " Sua felicidade não passa de um mês!" Sinto muito desapontá-los, o sorriso e a felicidade vem misturados, os olhares antes afiados, aos poucos, vão perdendo o espaço. A melodia de sua voz ecoava em minha mente. Se ergue um novo e velho alguém, não deixando seus medos e inseguranças desaparecerem, apenas encontrando sentimentos mais importantes que estes. A luz atravessou então a janela, as cores voltavam ao seu lugar, a chuva nos presenteava com seu cheiro e sabor inconfundível e uma presença trazia um toque ainda mais doce. A dor perdendo suas forças, euforia inundando minha mente. Com os olhos abertos então se enxerga, o mundo cinza ainda presente, mas com a companhia certa e aparente, os passos passam a ter sua luz e o fim passa a ser apenas um recomeço.



Letícia é do Rio de Janeiro, estudante e tem 15 anos. [ Ela não gosta do que escreve e acha sem sentido.]

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