sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Devaneios contínuos


Depois de indas e vindas, começos e re-começos
Eu por fim perdi e quando admiti isso venci
Todo o medo, a insegurança e os sorrisos se foram
Aquele aperto continua, o coração ainda reclama
Ele está como um cão, quando vê se sobressalta
Começa a pulsar em ritmo acelerado, mesmo acorrentado
As cicatrizes recentes ficam indecisas, e por um instante
as amarras fraquejam e o coração quase se solta
Ai vem o cérebro, racionalizando tudo, com um olhar veemente
Olha para o coração que se ainda pulsa acelerado e diz
Calma garoto, calma
A dor continua mas passa, volte a se aquietar
e magicamente tudo vai voltando a sua velocidade normal
O aperto no peito ainda é presente, a angústia
Mas com a mente é possível sorrir novamente
Mesmo que uma fresta apenas, um sorriso de nervosismo
Já começa a perceber que tudo se foi, é apenas o fim
E todos aqueles bons momentos que existiram cabe a mente decidir
Alguns o tempo leva, outros ficam no alto de estantes empoeiradas na mente
No fim, dói cada vez menos, o cérebro faz bem seu papel e protege
Vai diminuindo a intensidade, vai matando o sentimento
E no final já é possível caminhar sem medo
Talvez isso seja a vida, sequência de dores com alegria
Talvez isso seja uma ilusão, apenas devaneios
Mas no final tudo se ajeita, de um jeito ou de outro
e para consolação sobram as palavras que amontoam-se formando frases
e em algum lugar se vê Nelson Rodrigues dizendo
"Todo amor é eterno, se não é eterno, não era amor."

"Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação..."

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

No Mundo Se Acostuma

Não importa como nem quando, o certo é que se não está ficará na merda. Se tivesse que apostar nisso ao invés da mega sena estaria fadado a ser um milionário. Veja bem: hoje você tem força no grito, mas o que faz senão sentar seu traseiro frente a um PC, ou na cadeira de um bar para discutir sobre futebol, talvez sobre a porra da novela que imita o filme. Alguns vão entender isso. Como se não bastasse “a vida imitar o filme” a novela também copia, e agora TODOS COPIAM. Tem coisas que não mudam outras que não deveriam mudar, mas caiem nesse erro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Dança da Destruição

Ele se olhava no espelho, abatido via o reflexo da derrota.

Era um jovem comum que não pensava na morte, apenas respirava a vida, esquecendo que o ato de viver é uma faca de dois gumes. – O que dá prazer te destrói, o que não dá também. Não importa o que faça será destruído. – Essa era – a dança da destruição.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ecos da Cidade Perdida

De cada canto da cidade vem um som
Cada cada canto um grito de agonia, chamando socorro
Mas a cidade  fria nada escuta, sombria
Um dia isso aqui já foi um bom lugar

domingo, 14 de agosto de 2011

Gritos de uma noite triste


Então no final é isso, você é abatido e até suas pernas mal te respondem. Você coloca a música no volume mais alto para não ouvir seus pensamentos te acusando de tolo, te jogando na cara que todas as dúvidas que você se recusou a ter eram sinais de algo que você não queria.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Argumentos se inventam


Sentia-se velho para escrever, pensava já ter passado da fase de brincar com as palavras. Desde jovem se apaixonara pelas palavras, e do que elas faziam com os humanos. Afinal foram de misto de atitude e frases ditas que se ergueu a história. 

Fazia tempo que ele não ouvia aquela canção que dizia “pouco a pouco... você tem que abrir mão de tudo na sua vida.” Não queria concordar com essa verdade que era nua e não vestida nem tão pouco travestida. Ali estava ele quase que abrindo mão do que escrevia.