terça-feira, 9 de agosto de 2011

Argumentos se inventam


Sentia-se velho para escrever, pensava já ter passado da fase de brincar com as palavras. Desde jovem se apaixonara pelas palavras, e do que elas faziam com os humanos. Afinal foram de misto de atitude e frases ditas que se ergueu a história. 

Fazia tempo que ele não ouvia aquela canção que dizia “pouco a pouco... você tem que abrir mão de tudo na sua vida.” Não queria concordar com essa verdade que era nua e não vestida nem tão pouco travestida. Ali estava ele quase que abrindo mão do que escrevia.
 
Entre a música e copos de café, tentava se apoiar em uma lapiseira e uma folha de papel. Não conseguia traduzir em palavras seus pensamentos, talvez fosse um bloqueio criativo, acumulo de informação, ou falta de argumentos. Tinha ideias, mas tudo beirava três mundos que ele estava mergulhado. Mundos de C.S Lewis, Charles Bukowski e Fernando Sabino. “O velho tarado em Nárnia só iria me fazer rir querendo se embebedar e pegar a Feiticeira Branca; Sabino puxando a angustia em Hollywood; Aslam sendo temido e não entendido em Belo Horizonte.”
 
Graças a uma pequena frase que ele escreveu pode-se desencadear um série de pensamentos. Quando faltava argumentos ele inventava, afinal é isso que os bons fazem inventam. Mais café e lá uma folha cheia de escrita e rabiscos, cheia de um único sentimento.

Não posso abandonar quem nunca me deixou mesmo que sejam apenas palavras. [...]

Obs: Essa coisa de misturar personagens e histórias aprendi com a jovem blogueira/escritora @viresende

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