sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Relógio Transformou o Tempo em Mercadoria

O homem fabricou a principal arma de sua escravidão atual. O relógio vem mostrando com o movimentar dos seus ponteiros, o quanto somos estúpidos. Antigamente tudo em relação ao tempo era natural, a escuridão ditava o sono assim como a claridade anunciava um novo dia. O homem não tratara de procurar exatidão, apenas deixava acontecer.

“O relógio representa um elemento de ditadura mecânica na vida do homem moderno...”


Enxergar o fato de que acordamos atrasados só para aproveitar mais da cama; saímos de nossos lares às pressas. Nesse ponto da ditadura mecânica já está a todo vapor sem nem perceber estamos imersos a um sistema de engrenagens, forjado comercializar. Dentro de poucos minutos há uma briga pelo melhor lugar no ônibus. E frequentemente a dúvida, entre ouvir o podcast – que pode não dar tempo de ser escutado até o fim – ou se ouvir música seria a melhor opção. 

Enquanto não se decide os ponteiros correm em disparada, o ônibus nem tanto.
No trabalho continua o estresse que irá acabar reduzindo mais a vida. Horários a cumprir, metas a bater. Nessa brincadeira sua hora é comercializada; normalmente nosso tempo é vendido a misérias, esse é um duro castigo por viver. O dinheiro que se ganha, por pouco que seja é necessário na manutenção de nossas vidas, que quase sempre inclui comprar algo que tenha um relógio, mesmo que não seja a função primordial do aparelho.

“O homem que não conseguir ajusta-se deve enfrentar a desaprovação da sociedade e a ruína econômica – a menos que se abandone tudo, passando a ser um dissidente para o qual o tempo deixa de ser importante.”

Referencia: G. Woodcock. A rejeição da política. In: Os grandes escritores anarquistas, Porto Alegre. L&PM, 1998.

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