quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Mês Qualquer

Entregue a uma garrafa de vodka, antes era servida no copo mista de refrigerante, agora o gosto pouco importava o que se misturava e se confundia dentro de si era seus sentimentos.
O choro o acompanhava, o álcool era responsável por seu desabafo, mesmo que ninguém ouvisse. Estava acabado, o chão era o que o recepcionava, pois ele se encontrava jogado, bêbado, e angustiado. Às vezes ria alto e parecia alegre, mas não, eram apenas lembranças dos bons momentos os quais nunca mais teriam, não com aquela mulher. Tão logo se rendia, delirava, seus lábios tremiam. Quem o visse assim não o reconheceria, sempre tão solido e sóbrio.


- Ninguém, absolutamente ninguém sabe o que sinto! – Começou o seu discurso, sua voz vacilante, sem ter nada decorado. – Mentiras... Por que os sentimentos existem? Eles me fizeram feliz, mas não compensa o que sinto hoje. – Bebeu sua vodka como se fosse água, afinal discursava e precisava molhar a garganta. – Nunca estivemos bem é verdade, mas eu te amava, e você brincou comigo. A culpa sempre era minha, eu era sempre o errado e quem mentia; sempre disposto a pedir perdão e a recomeçar. – Bêbado, mas não perdia em momento algum a sua eloquência no falar. - Se fiz algo errado...
Nesse momento seu celular tocava, não demorou a atender. Era ela, e conversaram durante muito tempo se entendendo. Diziam sobre o amor, e que ele nunca deveria ser esquecido. Voltaram ao passado e recordavam suas vivencias, desde o primeiro momento, até semanas atrás onde ainda estavam juntos, e curtiam uma falsa felicidade. Passaram do estágio de reconciliação e planejavam ter filhos, queriam ter dois, um casal.

Logo o sonho acabou e tudo se foi, planos, desenganos, restando uma tremenda enxaqueca e claro a dor. Não houve conversa que fosse além de um sonho. Lamentou-se também não ter se arrumado para dormir, afinal seu corpo estava pior do que jamais estivera. Essa dor era irrelevante perto do que significava aquele mês, um mês qualquer como ele apelidou para não se lembrar da data. Fevereiro, talvez fosse março.

Um comentário:

  1. Começar o dia lendo um texto desses, é começar o dia bem, certamente. Está muito bom, aliás, como os outros.

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