quinta-feira, 8 de julho de 2010

Jack Boy - Desabafo

Ele acordou, seguiria a rotina normal de todos os dias, mas em certa hora daquele dia ele para a leitura que fazia e pega seu notebook e após ligá-lo, começa a digitar freneticamente, como se todo o tempo que ele dispunha ainda não fosse o bastante para ele externar toda aquela avalanche de pensamentos que invadia a cabeça dele. E obediente as vontades do subconsciente ele começa a digitar.

A vida parece girar cada dia mais rápida, mas de forma menos intensa. É como se eu cada vez menos me envolvesse, como se eu não vivesse totalmente, apenas uma leve parte indiferente. Mas afinal, não era isso que eu queria, apenas observar? Minha mente é confusa e meu olhar se perde nas palavras que vão surgindo instantâneamente na tela do notebook. Engraçado como começamos a ler e não obstante vem aquele desejo intenso de escrever algo, mesmo que você não faça idéia do que escrever. Exepcionalmente hoje as horas estão passando mais rapidamente do que o costumeiro, meu pensamento divaga e insiste em parar nos flashs dos momentos que passei com ela. Aquelas conversas sobre tudo e sobre nada, sobre coisas alheias, risadas compartilhadas, épocas de sorrisos sinceros. Será isso prazer em insistir em algo que não existe mais? Emendar momentos vivídos com aqueles que só existiram em meu mundo paralelo? Ah merda, cansei de me torturar pelas minhas limitações. Neste momento percebo que Vinícius de Moraes estava mais que correto quando escreveu o Soneto de Fidelidade, "quem sabe a solidão, fim de quem ama." Acho que é bem isso que ocorre mesmo. No fim das contas tenho plena conciência que meu erro foi o medo, a falta de coragem [covarde, ecoa a voz interior], o medo destrói as boas lembranças. A única certeza que eu tenho agora é que preciso continuar, se faz necessário persistir. Mas no momento que eu vivo, não tem poesia, conto ou crônica que me console. Deixo apenas escorrer o sangue, na esperança de me recuperar de mais um golpe, mais um...

      Entre nós existe a distância de muitas palavras não ditas.





Um comentário:

  1. Encanta-me cada vez que leio as postagens desse blog . Essa ainda não havia lido. Encantei-me novamente, se ler de novo, um novo encanto, um encanto diferente. Parabéns!!!

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