terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tragédia Fatal - 05

Sem argumentos

Embora tarde as pessoas não se recolhiam aos seus aposentos, especialmente nos fins de semana BH mostrava a razão do seu titulo de capital dos bares. É praticamente incrível e alguns acharão ser exagero, mas não, a cada esquina um bar, a cada esquina pessoas rindo alto e festejando sem motivos. A vida.
Subia a escada do edifício onde eu residia, estava munido de um sincero arrependimento promovido ao longo da noite, e comigo a rosa azul. Como morava no terceiro andar logo cheguei, e com as chaves na mão abri a porta de minha casa com o máximo de silêncio possível, seria uma linda surpresa para ela. E de certo me apoiaria a mudar, pois sempre esteve ao meu lado. Entrei e fechei a porta cuidadosamente, sem acender a luz dei um passo e espiei em volta, a casa estava aparentemente vazia.
Tinha convicção de que Anna não estava, foi quando ouvir um toque de celular que vinha do meu quarto. A música se demorou no ar. Foi quando me vi agindo por impulsos, colava meu corpo à parede de entrada da porta, ao olhar o chão, meio que por acaso vi roupas de homem e dela no chão do corredor. Aquilo foi um baque tremendo, os olhos se encheram de lagrimas. Mas, será possível? Não, Anna. O sofrimento começava, talvez antes da hora.
Subitamente abri a porta, os olhos encharcados sim, mas o rosto era vazio. Anna e Yuri pareciam dois adolescentes tentando esconder de seus pais que faziam sexo. Percebendo que de nada adiantaria tentar ocultar, Anna encobriu seus seios e me olhava assustada, tentava falar sem emitir sons. Ele por sua vez ficou inerte. Eu me virei e voltei a sair de minha casa, aos passos curtos e odiosos. Anna veio ao meu encontro dizendo que me amava, mas aquilo era culpa minha. Sem falar nada com ela, ganhei as escadas, depois as ruas e em seguida a noite.
Ao ler essa parte de minha vida você deve não acreditar, pode até ser que passe em sua mente. “Se fosse eu mataria os dois.” Sim, acho até razoável a ideia. Entretanto não tenho o direito de tirar a vida de ninguém, é como deixei claro, sou eu o culpado de tudo como dito por Anna. Sem contar que minha cabeça já estava moldada, o que aprendi na noite foi o suficiente para impedir que cometesse uma grande besteira. Afinal, a vida continua...

Um comentário:

  1. Diferente dos outros que li. Um toque de sensualidade. Nunca mais tinha visto o blog. Vou voltar a ler as postagens. Beijos

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